quarta-feira, 11 de março de 2009

A educação na Obra de Graciliano Ramos

O meu interesse pela educação na obra de Graciliano Ramos surgiu de uma experiência de pesquisa nos arquivos de Feira de Santana.

Em 1997 estava concluindo a Licentiatura em História, quando fui convidada para trabalhar como auxiliar de pesquisa no projeto da profa. Ione Celeste de Souza (UEFS) sobre representações da normalista em Feira de Santana. Consultando os periódicos locais tive contato com notícias sobre acontecimentos modernizadores, a exemplo da escolarização, que definiram o perfil de Feira como urbe civilizada nas primeiras décadas do século XX. Em 1935 a cidade foi sede da Semana Ruralista, um evento liderado pela Sociedade dos Amigos de Alberto Torres (que foi também programado para outras cidades brasileiras), durante a qual a Escola Normal de Feira de Santana (1927) passou a chamar-se Escola Normal Rural de Feira de San tana (1935), marcando uma nova etapa da história local. A partir de então a cidade, "iluminada" pelas letras, tornou-se centro irradiador de um projeto que visava formar professores para "iluminar" o sertão mergulhado na "escuridão da ignorância".

Foi sabendo desses acontecimentos e discursos que, ao reler Vidas Secas para a seleção do Programa de Pós-graduação em Literatura e Diverdidade Cultural, tive a atenção voltada para a referência recorrete à escolaridade que faltava ao sertanejo Fabiano, o seu ressntimentopor nunca ter ido à escola e o sonho de educar os filhos.

Senti o desejo de conhecer melhor o contexto em que o romance foi escrito para entender o diálogo de Graciliano Ramos com as questões de sua época e buscar os pontos de aproximação ou distanciamentop entre as imagens representadas ficcionalmente e aquelas veiculadas pela Semana Ruralista.

Os resultados estão na dissertação de mestrado intitulada Escolas da Vida e Grafias de má morte: A educação na obra de Graciliano Ramos, depositada na Biblioteca Central da UEFS e no livro A Educação na Obra de Graciliano Ramos: Escolas da Vida e Grafias de Má Morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário